terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

lembro da luz entrando em diagonal no quarto escuro
éramos nós, bem desatados, que quiçá nem vão se atar
aproxima-se, mas não dá sintaxe
aconchega-se, mas não faz história
são momentos efêmeros,
pensando bem, qual momento já foi eterno?

lembro do cafuné 
e quando o abraço se completou
foram segundos de eternidade, aqui, 
quiçá a eternidade do momento
é tudo bem relapso no meio do colapso
uma gota no meio do oceano

é tudo caos
e tu é minha paz. 


Dedicado à Calanit

Poema sem sentido nº1

Parece que todos os poemas são a mesma coisa
o verso melancólico de um amor perdido
ou a denúncia de um ato
e na verdade, todos os poemas são sobre a mesma coisa

tem poemas sobre poemas
e poemas sobre pássaros
tem até mesmo poemas sobre mercados
e pessoas que vagam aleatoriamente por aí

tem poemas que nem são poemas
tem verso que nem versa direito, não dialoga, nem muito menos
é feito de poeta

tem estrofe que é abraço e verbo que é beijo
as vezes tem redondilha que evoca uma briga
que olha! nem queira estar perto quando acontecer 

algumas linhas são feitas de sobrelinhas
que entrelinham e formam anéis, que não são de saturno
mas ficam nos dedos, para representar poder

tem palavra que nem é palavra
e esse poema, é poema?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAA
AAAAAAA
AA
A
A
A
A
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAA
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaa
aaa
a
a
a
a
pode ser desespero, pode ser "a"
pode ser qualquer forma de grito
de silêncio, de desamor, de choro
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
eu sempre grito!