Aos pobres que não sabem
Aos ricos esnobes
Ao céu escuro
Ode a fome, aos embriagados
Ode ao teatro, ode a todos os sotaques
Ode ao poema que não sabe o porque de ser escrito
Ode ao poeta, ao fingidor
Aquele que prefere as correntes
De um doentio amor, as benesses
Da liberdade
Ode a tristeza, criadoras de mundo
De universos paralelos entremeados
De pedras no caminho
Como Carlos Drummond de Andrade
Ode ao fim e a psiqué
Que de psicodélico só os
Políticos de uma terra inerte
Ode as vírgulas aos pontos
As proparoxítonas, e aquela
Palavra grande que hoje faz tanto sentido
Inconstitucionalissimamente
Ode as estrelas e a Camões
A Guimarães e a Joyce
Que nunca li, mas seu Ulisses
O mais famoso
Ode a tudo o que for ode
A tudo que for ódio
A tudo que se perder
Nas horas do relógio
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