acordei, não abri os olhos.
passou uns minutos, abri os olhos.
olhos fecharam, abri o corpo.
corpo fechou, aí levantei.
lavei o rosto com os olhos fechados, o corpo aberto
e a mente toda inerte
fui a cozinha preparar café.
fervi alma, coei corações
e sorvi desgosto.
aí, já estava de olhos abertos, de corpo fechado
e a mente fluida.
percebi que não tinha aberto as janelas
era escuro, espelho dos meus inversos
escancarei as janelas e entrou luz
e olhei o horizonte todo líquido,
colorido, e cheirando a merda.
fechei a janela, parei minha mente,
encostei o corpo, sorri.
existia uma flor na beirada da pia
e ela não estava lá, existia
e agora, no plano da consciência não existe
só me restava sentar. sentei.
lembrei, ou tentei
puxar das linhas da ausência
o amor.
por fim, percebi, o tempo diluir
tudo o que é sólido
e perdi, o que mais me mantinha vivo
amar.
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