A tua beleza chegou num impasse
entre o passo e o tempo
do relance que nunca tinha visto
pena que quiçá, palavras minhas
não se tornarão palavras em sua boca
Será? a pergunta que faço
Será que olharás a mim?
e se sim, me refaço
Vejo-lhe a silhueta, devolve o olhar que eu não vejo
No fim, eu, Proust e as madelaines
perdidos no tempo, esquecendo os detalhes
Porém, do outro lado do tempo
tua beleza desconhecida preenche
novamente o meu amor.
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
sábado, 9 de setembro de 2017
fissura
o que escrevo agora é a fissura
aquela que me abre no meio
e aquela que jorra do meu intrínseco ser
desonra, glória, luta
é como se o agora fosse tudo
e o depois mais tudo ainda
futuro, futuro, futuro, quiçá
lá, em outros séculos
colonizemos outros mundos
esquecem, ora pois, do
futuro pretérito, que ora acontece
ora aconteceu, ora acontecerá
é dessa fissura do momento
da memória, dos tempos
de Deus que me borro em verbos
tão, tão salientes
será? é a indagação do que inverso
deveria versar.
é a fissura dos tempos perdidos
De almas abatidas, amores sofridos
sem lembrança de que
o tempo é o médico dos desvalidos.
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