o que escrevo agora é a fissura
aquela que me abre no meio
e aquela que jorra do meu intrínseco ser
desonra, glória, luta
é como se o agora fosse tudo
e o depois mais tudo ainda
futuro, futuro, futuro, quiçá
lá, em outros séculos
colonizemos outros mundos
esquecem, ora pois, do
futuro pretérito, que ora acontece
ora aconteceu, ora acontecerá
é dessa fissura do momento
da memória, dos tempos
de Deus que me borro em verbos
tão, tão salientes
será? é a indagação do que inverso
deveria versar.
é a fissura dos tempos perdidos
De almas abatidas, amores sofridos
sem lembrança de que
o tempo é o médico dos desvalidos.
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