Principio
e fim, morte e vida, contrários em mim, versados sobre papéis, canções
formadas, mil e uma utilidades para palavras inventadas todos os dias em que a
busca do sentido esvai-se no redemoinho de pedacinhos tão, tão dantescos que o “e
se” perde sentido.
Sentido
é o que alguém procura. Quiçá seja eu, ou você, que lê esse texto, ou mesmo, um
ser que transcende a realidade. Mas, o que temos que deixar bem explanado é que
o plano dessa existência é tão amorfo, quanto macrotransformado.
É
tudo líquido, diz por aí nosso amigo Bauman. É tudo, sem sentido. Porque
sentido vem de sentir que está indo para algum lugar, em que sentir é concordar
com corações. É tanta discórdia, que meu coração não consegue se achegar a
nenhum outro mais. Tentei fazer poesia para quem eu achava que amava e saiu
versos meio tortos.
Trepida
sobre o vento
seus
cabelos enquanto meus olhos
percebem
teus encantos
Bobagem
de gente que ainda ingere sólido. Dizem que quem se deixa levar a vida é mais
emocionante. É assim mesmo. Para que preocupar-se? Para que encontrar-se? Para
que escrever e sentir. Deixa a vida fluir.
Esses
filósofos deveriam ser todos tão, tão, tão, nem consigo explicar. Sentir é para
os fortes, procurar propósito e entender que podemos seguir é a base de se
moldar todos os dias.
Tudo
muda, dizia Heráclito, e ele está certo. Somos feitos de renovo. Só não
encontra o próprio eu quem não deseja remoldurar-se em sentido. E por fim, num
ciclo, recaminhamos, na marcha dos que são descontroladamente perversos
poéticos.
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