as horas vão indo, como as areias na ampulheta
escorre o relógio na beira da cama
eu continuo acordado, saio, fecho e abro a porta
tem estrelas? não tem estrelas?
maldita insônia!
por fim suspiro
tem estrelas, o vento está frio
entro de novo, ponho a blusa, esquento um café
e silêncio
. .
. .
. .
. .
. .
ai escuto um gato, em cima do telhado
olhos amarelos, cor de sol
como é possível, se o céu ainda é cor de noite?
ele sorri, eu choro, termino o café
tento deslumbrar algumas palavras
o vento frio volta
uma folha começa a cair
silêncio novamente
mas agora, dentro de mim
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