A cidade cala as almas
seus muros de concreto
seus rádios ligados
a alma em perfeito desafeto
os becos escuros
as ruas sem saída
os ambulantes sem vida
na cidade tudonada é permitido
O prefeito, o delegado
mendigo morrendo de frio
em plena madrugada
Cidade cruel, desumana
será que concede aos seus moradores
segurança?
A poesia escapa dos cachimbos
acessos no meio da escuridão
na praça da Luz
Luz para todos é ilusão
o cachimbo que acende aqui
liga a alma na escuridão
Quadros, lagoas, cinemas
lançamento, livros, novelas
Imagina se a cidade fosse
tudo isso que se fala dela?
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