domingo, 11 de setembro de 2016

Lágrimas medíocres de um poeta solitário

Chorei mais do que devia e não percebi que os detalhes é que davam vida as minhas esperanças. Chorei até não aguentar, até secar todo o tipo de substância aquosa do meu corpo. Verti em demasia minha alma e tentei até sorrir, mas a impossibilidade era latente. Por que chorava? Não sabia. 

É pressuposto o sofrimento, parece que é inato na gente, nosso plano de fundo. Poesia para os poetas medíocres que já não sabem o que escrever, e porque escrevem? Pela sobrevivência plena. Esse é o modo do poeta de aproveitar o dia, colher as angústias de um mundo de infortúnios. 

Chorei, então, pois percebi que não sou nada a não ser um nada, jogado na desesperança e atrelado ao peso de não ser ninguém. Chorei porque cansei de ser fundo, quero ser deserto. Ao invés de amor, quero regar minhas tristezas para que quiçá arvoresça esperança. 

Chorei então amiúde e sozinho, sem que ninguém entendesse o significado de mim. 

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