quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Poema sem nome

o tempo é uma ilusão
e já não se vê mais os postes
as construções, e sempre 
estamos no meio do tudo
vivendo no vazio, 
e nem percebemos
o que passou

o espelho, mostra as rugas
os olhares gastos, a pele que outrora já foi outra
os beijos dados, as marcas de choro
os sorrisos vãos

os segundos não param, as horas
já se foram em orações a santidades perdidas
recuperar não é verbo do tempo
mas sim recriar 

a constituição da ilusão é a mesma de nós
o nada. A matéria do nada é o coração.
sofre, não diz, morre. 

a ilusão é de termos tempo.

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