Podia ser flor, mas sou caos
podia morrer, mas me fiz de vida
podia ser estrela, mas sou pó
podia ser mais um pouco todo dia
mas não quero.
Podia e não podia
mas, não iria, escrever um dia
sem podia, sem iria
sem a incerteza da travessia
e por onde passaremos? pelo fio da navalha?
pela dificuldade de ser, pelo vermelho do sangue?
ou, o que haveria de esperar a não ser ausência?
Podia ser paz, mas sou guerra
Queria não poder, não queria mais o mas
bem que a espera não poderia trazer vazio.
Eu podia, mas a contradição não me deixa.
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