De repente veio a chuva, a água, os animais, veio os humanos, os pássaros, a terra. Depois as árvores floresceram. Surgiram então os sentimentos, o canto, o ar, o amor, a tristeza, a dor, a morte. De repente tudo acaba, toda vez, finda em um talvez que não cabe mais.
Estou lá, usando o caos como meu norte, meu cais já não existe porque perdi tudo aquilo que se pode chamar de esperança. Pode parecer muito, mas também bem pouco, quando se leva o mundo nas costas se percebe tão pouco, a dor é insuportável ao ponto de nossa alma esvair e não ter forças para recompor-se.
São línguas e línguas que falam, vozes que se alastram no vácuo do infinito. Reflito e percebo o quão ínfimo sou. O quão teria que ser. Tenho vontade de ser tudo a todo momento, e ímpeto de mudar tudo aquilo que vejo, não consigo, pois o que preciso não tenho, a chave do infinito.
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