sábado, 24 de novembro de 2018

Fardo do eu

Eu cansei de mim mesmo
daqueles detalhes rotineiros da minha face
dos cabelos ora para cá, ora para lá
e dos sonhos, quase impossíveis

Olhem só as olheiras, guardam tristezas e dores
fotografam silêncios e cores, 
inquietações dos múltiplos sinais do fracasso
diluídos em clichês verbalísticos

é de lá para cá, de cá para lá, tic tac
relógio vem e vem, vai e não vem
e faz, e dorme, e esquece de sonhar
porque cansou de se iludir

é por isso que vivo minúsculo
porquê é muito difícil ser forte
é por isso que canso, pois é difícil prosseguir
é por isso que choro, porquê não consigo conter a lágrima da dor

é por isso que canso de mim mesmo