quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

tête-à-tête ou poema dos 5 minutos

poema que morre e nasce
que nasce morre, que veste
que corre, que vem, que não está
é palavra, cor, maldade, bondade
submissão
é o tiro
é a ponte
é a ferrugem que corrói os corações
fechadura, é algo que esvai
enquanto os sinos dobram, e em tantas metamorfoses
cá farão inúmeras contagens
passa ano, passa promessa, o que se conclui?
nada! incerteza, verdade, o que acontece?
quando o mar se apaixona por alguém
que esqueceu-se do que significa amém?
eu fico alucinado, estonteado, em era de desinformação
inverdades, de inversos, transverdades
da era dos braços em milhões de abraços passou
tom agora é apenas o que o violão acha que toca
talvez, quiçá, nem sabe do que esse poema fala
mas fala, fala, fala de tudo o que não se vê
do que não se sente, apenas do apenas
sê valente, não temas, pois enquanto o poema corre
a vida passa, o relógio derrete, e esquecemos da importância
do tête-à-tête
celular, células, cédulas, papel, moedas
ganância, poder, alienação
tanto bate até que fura,
o Estado máximo multiplicador comum
para uns e mínima decisão comum para outros
a música já não agita, mumifica
e enquanto o poema corre
a gente foge, de tudo o que é
intolerância
Enquanto o poema corre
Eu amo o Eterno
Eu procuro o Amor
Eu pulo os muros do mundo.