sábado, 6 de maio de 2017

o furacão e a borboleta

Não sei quantas vidas me sobram 
e quanta metafísica há em mim
se é que existo ainda, 
se não sou um pedaço de vento

é clichê, clichê, e clichê
falar de tudo e de nada, de poesia, de ritmo
o coração bate e dessaruma a alma
floresce e cresce e por fim sempre morre
e morre
morre

ficamos a ver os navios, porém, o oceano secou
e a vida transformou em luz e a luz em estrelas
e as estrelas em galáxias transcendentes que fazem brotar
dimensões para uma subrealidade

não quero estar lá, 
e estou
não quero ser
e estou sendo
a realidade está de mãos dadas
e eu, de metáforas, e linhas
paralelas e planas não encontram-se no espaço
e desencontram-se no horizonte

é tudo um caos dentro de mim
e não reside paz, 
só que é de caos feita a vida
e de ordem é dada a morte

o mundo é borboleta
e eu o furacão
que não sabe para onde ir


 

 

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