quarta-feira, 6 de abril de 2016

Fatos e fotos

Perdi as fotos e perdi os fatos, perdi as linhas e perdi também tudo aquilo que traz plenitude. Viver separado é viver morrendo, mas separado do que? Separado de tudo aquilo que é considerado vida. Amor, diário, comida, sensação de não ser desespero.
Porque quero escrever refrigério? Porque minha alma não cabe em um copo de inconsciência coletiva, viver morrendo é a sensação de ser lobo de estepe, estar trancado dentro de si mesmo é estar trancado dentro da caverna. Ah, se Platão soubesse que não é tão fácil assim quebrar as correntes e ver as sombras de realidade, ele não escreveria o mito da caverna, mas sim o Mito do Comodismo das Algemas.
As palavras, elas são profundas, são figuras da oralidade, já pensou que tudo o que se lê e até mesmo essas orações podem ser desenhos de uma criança de um outro universo?
Como perdi os fatos, também perdi a história, a história dos gritos, das coisas relevantes. As palavras destroem verdades incontestáveis.

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